FLORA VASCULAR DA FLORESTA SEMIDECÍDUA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO RICARDO MACHADO BORGES
RIQUEZA, HÁBITO, ENDEMISMO, STATUS DE CONSERVAÇÃO E SÍNDROMES DE DISPERSÃO
DOI:
https://doi.org/10.31512/vivencias.v21i43.1395Resumo
As Unidades de Conservação consistem em estratégias vitais para a conservação da biodiversidade. Neste contexto, realizamos um levantamento florístico da flora vascular da floresta semidecídua da Unidade de Conservação Ricardo Machado Borges avaliando a riqueza, hábito, endemismo, status de conservação e síndromes de dispersão de diásporos. A coleta do material botânico ocorreu através do método do caminhamento, mensalmente, entre setembro de 2022 e agosto de 2023. Amostramos duas espécies de samambaias e 345 de Angiospermas, pertencentes a 235 gêneros e 80 famílias. Os táxons de maior riqueza foram Fabaceae; Rubiaceae; Bignoniaceae; Malpighiaceae; Malvaceae; Asteraceae; Apocynaceae; Euphorbiaceae, Myrtaceae e Cyperaceae e Solanum, Dioscorea e Fridericia. Registramos duas novas espécies, pertencentes aos gêneros Matelea e Commelina. Encontra-se em análise a possibilidade de uma espécie de Phyllanthus ser nova. O estrato lenhoso foi o mais rico em espécies. Foram encontrados 25 novos registros de ocorrência, sendo nove para o Cerrado, cinco para a região Centro-Oeste e 11 para o estado de Goiás. Grande parte das espécies tem ampla distribuição no país, ocorrendo em quatro ou mais domínios fitogeográficos, com 14,4% do total de espécies endêmicas do Brasil. A flora apresenta alta similaridade com a de Mata Atlântica. A maioria das espécies apresenta síndromes de dispersão por zoocoria. Mais estudos com a inclusão do estrato herbáceo e subarbustivo devem ser realizados para que seja possível discutirmos e avaliarmos se existe um padrão na composição florística das florestas semidecíduas.
Referências
APG IV - Angiosperm Phylogeny Group. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 181, n. 1, p. 1-20, 2016. DOI: 10.1111/boj.12385
ARAÚJO, F. F. S. et al. Contribuição das unidades de conservação brasileiras para a economia nacional: sumário executivo. Brasília-DF: UNEP-WCMC, 2011.
ARAÚJO, M. A. R. Unidades de Conservação no Brasil: da república à gestão de classe mundial. Belo Horizonte: SEGRAC, 2007.
BIRAL, L.; LOMBARDI, J.A. Flora vascular da Mata da Pavuna, Botucatu, SP, Brasil. Rodriguésia, v. 63, n. 2, p. 441-450. 2012.
BOTREL, R. T. et al. Composição florística e estrutura da comunidade arbórea de um fragmento de floresta estacional semidecidual em Ingaí, MG, e a influência de variáveis ambientais na distribuição das espécies. Revista Brasileira de Botânica, v. 25, n. 2, p. 195-213, 2002.
CARVALHO, F. A.; FELFILI, J. M. Variações temporais na comunidade arbórea de uma floresta decidual sobre afloramentos calcários no Brasil Central: composição, estrutura e diversidade florística. Acta Botanica Brasilica, v. 25, n. 1, p. 203-214. 2011. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-33062011000100024
CHAVES, A.D.C.G.; SANTOS, R.M.S.S.; SANTOS, J.O.; FERNANDES; A.A.; MARACAJÁ, P. B. A importância dos levantamentos florístico e fitossociológico para a conservação e preservação das florestas. Agropecuária e Científica no Semiárido, v. 9, n. 2, p. 42-48, 2013.
FELFILI, J.M.; FAGG, C.W. Floristic composition, diversity and structure of the “Cerrado” sensu stricto on rocky soils in northern Goiás and southern Tocantins, Brazil. Revista Brasileira de Botânica, v. 30, n. 3, p. 375-385, 2007.
FERREIRA JÚNIOR, W. G. et al. Composição florística da vegetação arbórea de um trecho de floresta estacional semidecídua em Viçosa, Minas Gerais, e espécies de maior ocorrência na região. Revista Árvore, v. 31, n. 6, p. 1121-1130, 2007.
FILGUEIRAS, T. S. et al. Caminhamento - um método expedito para levantamentos florísticos qualitativos. Caderno de Geociências, p. 39-43, 1994.
FLORA E FUNGA DO BRASIL. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/>. Acesso em: 29 jan. 2023.
GIACOMO, R. G., et al. Florística e Fitossociologia em Áreas de Cerradão e Mata Mesofítica na Estação Ecológica de Pirapitinga, MG. Floresta Ambient., v. 22, n. 3, p. 287-298. 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/2179-8087.067913
GONÇALVES, E.G.; LORENZI, H. Morfologia Vegetal: organografia e dicionário ilustrado da morfologia das plantas vasculares. São Paulo: Instituto Plantarum de Estudos da Flora. 2007.
GUETTA, M.; OVIEDO, A. F. P.; BENSUSAN, N. A desconstrução das políticas de proteção das Unidades de Conservação. In: OVIEDO, A. F. P.; BENSUSAN, N. (Org.) Como proteger quando a regra é destruir. Brasília: Editora Mil Folhas. p. 30-57, 2022.
HAMMER, O.; HARPER D.A.T; RYAN, P.D. Past: palaentologica software packeger for educationnd date apintonalysis. v. 2.10. Palaeontologia Electronica, v.4, n.1, p. 1-9, 2001.
IVANAUSKAS, N. M, RODRIGUES, R. R, NAVE, A. G. Fitossociologia de um trecho de floresta estacional semidecidual em Itatinga, São Paulo. Scientia Forestalis, n. 56, p. 83-99. 1999.
KURZEL, B.P.; SCHNITZER, S.A.; CARSON, W.P., The relationship between liana diameter and location in the canopy in three Panamanian forests. Biotropica, v. 38, n. 2, p. 262-266. 2006.
MILHOMEM, M. E. V.; ARAÚJO, G. M.; VALE, V. S. do. Estrutura fitossociológica do estrato arbóreo e regenerativo de um trecho de fragmento de floresta estacional semidecidual em Itumbiara, GO. Ciência Florestal, v. 23, n. 4, p. 679- 690, 2013. DOI: doi.org/10.5902/1980509812352
MORAIS, I. L. de; SILVA, Q. P. da; DOURADO, P. R.; COSTA, R. R. G. F. Histórico de criação da Unidade de Conservação Refúgio de Vida Silvestre Serra da Fortaleza do Sul de Goiás. Research, Society and Development, v. 10, n. 15, p. e517101523225, 2021.
NASCIMENTO, A. R. T.; FELFILI, J. M.; MEIRELLES, E. M. Florística e estrutura da comunidade arbórea de um remanescente de floresta estacional decidual de encosta, Monte Alegre, Goiás, Brasil. Acta Botanica Brasílica, v. 18, n. 4, p. 659-669, 2004.
OLIVEIRA-FILHO, A. T.; RATTER, J. A. A study of the origin of Central Brazilian forests by the analysis of plant species distribution patterns. Edinburgh Journal of Botany, v. 52, p. 141-194. 1995. DOI: 10.1017/S0960428600000949
OLIVEIRA, P. E. A. M.; MOREIRA, A. G. Anemocoria em espécies de cerrado e mata de galeria de Brasília, DF. Revista Brasileira de Botânica, v. 15, n. 2, p.163-174, 1992.
OVIEDO, A. F. P.; BENSUSAN, N. Como proteger quando a regra é destruir. Brasília: Editora Mil Folhas. 2022.
PPG (Pteridophyte Phylogeny Group) I. A community-derived classification for extant lycophytes and ferns. Journal of Systematics and Evolution, v. 54, n. 6, p. 563-603, 2016. DOI: 10.1111/jse.12229.
RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. As principais fitofisionomias do bioma Cerrado. - In: Sano, S. M., Almeida, S. P.; Ribeiro, J. F. (eds). Cerrado: ecologia e flora. Vol. 1. Embrapa, Brasília, 2008. pp. 153–212.
SANO, S.M.; ALMEIDA, S. P.; RIBEIRO, J. F. (eds.). Cerrado: ecologia e flora. Brasília: Embrapa Cerrados, 2008.
SCHNITZER, S.A.; CARSON, W.P. Lianas suppress tree regeneration and diversity in treefall gaps. Ecology Letters, v. 13, n. 7, p. 849-857. 2010.
SILVA JÚNIOR, M.C. Fitossociologia e estrutura diamétrica da Mata de Galeria do Taquara, na Reserva Ecológica do IBGE, DF. Revista Árvore, v. 28, n. 3, p.419- 428, 2004.
SILVA, L. A.; SCARIOT, A. Composição florística e estrutura da comunidade arbórea de uma floresta estacional decidual em afloramento calcário (Fazenda São José, São Domingos - GO, Bacia do rio Paranã). Acta Botanica Brasilica, v. 17, n. 2, p. 307-326, 2003.
VAN DER PIJL, L. Principles of dispersal in higher plants. 3. ed. Berlin: Springer-Verlag, 1982.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Marlon Lopes, Polla Renon, Igor Manoel Paulo Goulart de Abreu, Isa Lucia de Morais

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.