EMISSÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA E REMOÇÃO DE DIÓXIDO DE CARBONO EM IMÓVEIS RURAIS COM PRODUÇÃO DE TABACO NO ESTADO DO PARANÁ, BRASIL

Autori

DOI:

https://doi.org/10.31512/vivencias.v22i44.1525

Abstract

Os diversos processos agrícolas desenvolvidos no meio rural podem resultar em emissão de gases de efeito estufa, a qual é classificada nos escopos 1, 2 e 3 além das emissões biogênicas. Simultaneamente, as áreas de vegetação nativa presentes nas propriedades rurais contribuem para a remoção de dióxido de carbono da atmosfera. O objetivo deste estudo foi quantificar as emissões dos escopos 1, 2 e biogênicas resultantes da produção de tabaco e a remoção de dióxido de carbono pelas áreas de vegetação nativa em seis propriedades rurais do Paraná, utilizando o ano base de 2021. Foi utilizada a “Metodologia do GHG Protocol da Agricultura” para quantificar as emissões e os procedimentos descritos na SCM0003 “Methodology for Carbon Removal in Private Conservation Areas”, versão 1.0, para calcular as remoções. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de média e desvio padrão com o uso do software PAST 4.03. As emissões totais foram de 530,29 tCO2eq, sendo 95,02% provenientes de emissões biogênicas, 3,90% do escopo 1 e 1,07% do escopo 2. A remoção total pela vegetação elegível nas propriedades foi de 101,03 tCO2eq. Considerando apenas as emissões fósseis (26,39 tCO2eq - escopos 1 e 2), o sistema de produção agrícola nas propriedades apresentou uma remoção de dióxido de carbono superior às emissões. Os resultados revelam o primeiro estudo de quantificação de emissões e remoções para o cultivo de tabaco e evidenciam a importância de se manter áreas com vegetação nativa.

Biografie autore

Leticia Chiapetti Vendrame, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Erechim, RS, Brasil

Bacharela em Ciências Biológicas pela Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Campus de Erechim, formada em agosto de 2024. Desde o início da graduação se dedicou à area de mudanças climáticas, trabalhando com gases de efeito estufa em seu TCC e Estágio Curricular Obrigatório. Atua como Analista de Sustentabilidade na empresa FAU Agricultura e Meio Ambiente. 

Jean Carlos Budke, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Erechim, RS, Brasil

Biólogo pela Universidade Federal de Santa Maria (2002) e Doutor em Botânica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2007). Diretor de Estratégia e RT da FAU - Agricultura e Meio Ambiente. Professor do Departamento de Ciências Biológicas da URI Campus de Erechim, com experiência na área de Ecologia e Meio Ambiente. Possui mais de 50 trabalhos publicados entre artigos científicos e capítulos de livro e atua como revisor de 35 revistas científicas nas áreas de Botânica, Ecologia e Meio Ambiente.

Riferimenti bibliografici

ALBUQUERQUE, L. Análise crítica das políticas públicas em mudanças climáticas e dos compromissos nacionais de redução de emissão de gases de efeito estufa no Brasil. Dissertação (Mestrado em Planejamento Energético) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.

ASSAD, E. D. et al. A produção agrícola brasileira pode ser sustentável?. AgroANALYSIS, v. 39, n. 9, p. 27-28, 2019b. Disponível em: https://hml-bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/agroanalysis/article/view/80250/76689. Acesso em: 15 out. 2022.

ASSAD, E. D. et al. Sequestro de carbono e mitigação de emissões de gases de efeito estufa pela adoção de sistemas integrados. ILPF: inovação com integração de lavoura, pecuária e floresta. Embrapa, Brasília, DF, p. 153-167, 2019a. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/202491/1/PL-SequestroCarbono-Assad.pdf. Acesso em: 18 out. 2022.

BASF. Reduzir emissões de motores a diesel é compromisso para melhorar a qualidade do ar. 2022. Disponível em: https://www.basf.com/br/pt/media/quimica_dia_a_dia/reduzir-emisso-es-de-motores-a-diesel-e--compromisso-para-melhorar-a-qualidade-do-ar. Acesso em: 10 dez. 2022.

BRAGA, V. S. Vegetação nativa próxima às áreas cultivadas maximiza a polinização e melhora a produtividade. EcoDebate, 2021. Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2021/08/25/vegetacao-nativa-proxima-as-areas-cultivadas-maximiza-a-polinizacao-e-melhora-a-produtividade/. Acesso em: 28 nov. 2022.

BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Emissões e remoções de dióxido de carbono por mudanças nos estoques de florestas plantadas: relatórios de referência: primeiro inventário brasileiro de emissões antrópicas de gases de efeito estufa. Brasília: MCT, p. 44, 2006. Disponível em: http:/livroaberto.ibict.br/handle/1/807. Acesso em: 10 out. 2022.

CAMPELLO, F. C. B. Análise do consumo específico de lenha nas indústrias gesseiras: A questão florestal e sua contribuição para o desenvolvimento sustentável da região do Araripe- Pe. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Pernambuco, 2011.

CARVALHO, J. P. A. F. de; VAN ELK, A. G. H. P.; ROMANEL, C. Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa no Campus Gávea da PUC-Rio. Scielo, v. 22, P. 591-595, 2017. DOI: 10.1590/S1413-41522017155865

COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Gases do Efeito Estufa. 2022. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/proclima/gases-do-efeitoestufa/#:~:text=CO2%20%E2%80%93%20Respons%C3%A1vel%20por%20cerca20de,e%20sumidouros%2C%20que%20tem%20a. Acesso em: 31 mai. 2022.

CORTEZ, H. Uso intensivo de fertilizantes nitrogenados ameaça o clima. EcoDebate, 2020. Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2020/10/20/uso-intensivo-de-fertilizantes-nitrogenados-ameaca-o-clima/. Acesso em: 20 nov. 2022.

COSTA JUNIOR, C. et al. Balanço das emissões e remoções de gases de efeito estufa na agricultura familiar. Imaflora, São Félix Do Xingu, 2019. Disponível em: https://www.imaflora.org/public/media/biblioteca/balanco_emissoes_e_remocoes_-_sfx.pdf. Acesso em: 01 nov. 2022.

SOUZA, J. L. de; PREZOTTI, L. C.; GUARÇONI, M. A. Potencial de sequestro de carbono em solos agrícolas sob manejo orgânico para redução da emissão de gases de efeito estufa. Idesia (Arica), v. 30, n. 1, p. 7-15, 2012. DOI: 10.4067/S0718-34292012000100002

DIAS-FILHO, M. B. A fotossíntese e o aquecimento global. Embrapa, Belém, mar. 2006. ISSN 1517-2201 versão online. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/387686/1/OrientalDoc234.pdf. Acesso em: 15 nov. 2022.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Balanço Energético Nacional Interativo. 2021. Disponível em: https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-dados-abertos/publicacoes/balanco-energetico-nacional-2021. Acesso em: 25 nov. 2022.

FEARNSIDE, P. M. Desmatamento na Amazônia Brasileira: história, índices e consequências. Revista Megadiversidade, v. 1, p. 7-19, 2005. Disponível em: https://philip.inpa.gov.br/publ_livres/2022/Destruicao-v1/Destrui%C3%A7ao_e_Conserva%C3%A7ao_da_Floresta_Amazonica.pdf#page=7. Acesso em: 01 nov. 2022.

GHG PROTOCOL. Ferramenta GHG Protocol. FGV EAESP, v. 1.2, 2020. Disponível em: http://ferramenta.ghgprotocolbrasil.com.br/index.php?r=site/ferramenta. Acesso em: 05 nov. 2022.

HAMMER, Ø.; HARPER, D.A.T.; RYAN, P. D. PAST: Paleontological Statistics Software Package for Education and Data Analysis. Palaeontologia Electronica, v. 4, 2001.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Malha Municipal, 2021b. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/malhas-territoriais/15774-malhas.html?=&t=downloads. Acesso em: 29 set. 2022.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Portal Cidades, 2021a. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pr/panorama. Acesso em: 05 out. 2022.

INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL. Leituras regionais: Mesorregião Geográfica Sudeste Paranaense. Curitiba, 2004. Disponível em: http://www.ipardes.gov.br/biblioteca/docs/leituras_reg_meso_sudeste.pdf. Acesso em: 01 nov. 2022.

INSTITUTO PARANAENSE DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL. Referências ambientais e socioeconômicas para o uso do território do Estado do Paraná: uma contribuição ao zoneamento ecológico-econômico – ZEE. 2. ed. Curitiba, 2006. Disponível em: https://www.iat.pr.gov.br/sites/agua-terra/arquivos_restritos/files/documento/2020-07/ipardes_2006.pdf. Acesso em: 01 nov. 2022.

INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE. Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories. IPCC, 2006. Disponível em: https://www.ipcc-nggip.iges.or.jp/public/2006gl/. Acesso em: 15 jun. 2022.

JATAÍ. SCM0003: Methodology for Carbon Removal in Private Conservation Areas. SocialCarbon, v. 1.0, 2022. Disponível em: https://static1.squarespace.com/static/6161c89d030b89374bec0b70/t/626e923a15fb316524644003/1651413562933/SCM0003-v.1.0-public_consultation.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.

KOSLOWSKI, L. A. D. et al. Estudo dos gases da combustão provenientes do diesel S 10 e S 50. 4º Congresso Internacional de Tecnologias para o Meio Ambiente. Bento Gonçalves, 2014.

KRUGER, E. Efeito estufa e mudanças climáticas. WWF, [s. l.], 2022. Disponível em: https://www.wwf.org.br/nossosconteudos/educacaoambiental/conceitos/efeitoestufa_emudançasclimáticas/. Acesso em: 30 mai. 2022.

LUCIER, A.; MINER R. Biomass Carbon Neutrality in the Context of Forest based. 2010.

MAPBIOMAS. Coleção 7.0, Disponível em: https://mapbiomas.org/colecoes-

mapbiomas-1?cama_set_language=pt-BR. Acesso em: 16 nov. 2022.

MALISZEWSKI, E. Fumicultores usam estufa com energia solar para curar tabaco. Agrolink, [s. l.], nov. 2020. Disponível em: https://www.agrolink.com.br/noticias/fumicultores-usam-estufa-com-energia-solar-para-curar-tabaco_441911.html#:~:text=A%20estufa%20solar%20reduz%20em,que%20vai%20fazer%20a%20cura. Acesso em: 12 dez. 2022.

MONZONI, M et al. Contabilização, Quantificação e Publicação de Inventários Corporativos de Emissões de Gases de Efeito Estufa. FGV SB, 2008. Disponível em: https://hdl.handle.net/10438/15413. Acesso em: 08 ago. 2022.

MOREIRA, C. S. et al. Gases do efeito estufa avaliação da produção café verde brasileiro: um estudo de caso do estado de Minas Gerais. SBICafé, 2016. Disponível em: http://www.sbicafe.ufv.br/handle/123456789/9795. Acesso em: 05 nov. 2022.

NAÇÕES UNIDAS BRASIL. O que são as mudanças climáticas?. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/175180-o-que-s%C3%A3o-mudan%C3%A7as-clim%C3%A1ticas. Acesso em: 02 mai. 2022.

OLIVEIRA, P. F. de. et al. Impactos ambientais da produção agrícola do tabaco orgânico e convencional no sul do Brasil. Revista Produção Online, Florianópolis, v. 20, n. 3, p. 903-922, 2020. DOI: 10.14488/1676-1901.v20i3.3793

OLIVEIRA JUNIOR, G. G. de. Inventário de Emissão de Gases de Efeito Estufa na Cultura do Cafeeiro. Dissertação (Mestrado em Sistemas de Produção na Agropecuária) - Universidade José do Rosário Vellano, Minas Gerais, 2015.

VIBRANS, A. C. et al. Estimativas das taxas de mudanças de atributos florestais das florestas catarinenses, com base nos dados do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina. FURB, 2022. DOI:10.13140/RG.2.2.31066.21449

WELTER, C. A. et al. Uso da biomassa florestal como estratégia de redução dos gases de efeito estufa: estudo de caso na fumicultura do sul do Brasil/RS. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal) - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2017.

WOLFF, M. H. Relatório geológico hidrogeológico. Prefeitura Municipal De Rebouças, 2014. Disponível em:

https://www.justica.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/migrados/File/Licitacao/Reboucas/geotecnica/relatoriofacao/Relatorio.pdf. Acesso em: 01 nov. 2022.

WRI BRASIL. Ferramenta de Cálculo Brasil. Greenhouse Gas Protocol, v. 3.10, 2020. Disponível em: https://ghgprotocol.org/agriculture-guidance. Acesso em: 05 nov. 2022.

WRI BRASIL; UNICAMP. Metodologia do GHG Protocol da agricultura. Greenhouse Gas Protocol, 2015. Disponível em: https://ghgprotocol.org/sites/default/files/2022-12/Metodologia.pdf. Acesso em: 10 jun. 2022.

Pubblicato

2025-12-14

Come citare

Vendrame, L. C. ., & Budke, J. C. (2025). EMISSÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA E REMOÇÃO DE DIÓXIDO DE CARBONO EM IMÓVEIS RURAIS COM PRODUÇÃO DE TABACO NO ESTADO DO PARANÁ, BRASIL. Vivências, 22(44), 21–37. https://doi.org/10.31512/vivencias.v22i44.1525

Fascicolo

Sezione

ARTIGOS DE FLUXO CONTÍNUO