(RE)PENSAR A SAÚDE: ANALISANDO NARRATIVAS DE ADOLESCENTES
DOI:
https://doi.org/10.31512/vivencias.v22i44.1504Resumo
Neste trabalho, situado no campo dos Estudos Culturas e de Gênero, em interface com a Saúde Coletiva, objetivamos conhecer e problematizar os entendimentos de adolescentes sobre saúde. Através da realização de grupos focais com adolescentes, de duas escolas públicas de ensino médio de um município do Rio Grande do Sul. Participaram do estudo quatorze adolescentes, treze meninas e um menino, em sua maioria pretas(o) e pardas e todas(os) provenientes de classes populares. O desinteresse masculino e a participação massivamente feminina demonstram que a saúde ainda é uma responsabilidade feminina. Com o estudo foi possível identificar noções pouco ampliadas de saúde. Para as(o) adolescentes a saúde esteve associada com a doença, sendo definida em relação a sua ausência e entendida também enquanto uma dádiva, que necessita ser cuidada para que se mantenha íntegra, demandando intenso cuidado de si. Além disso, esteve associada à qualidade de vida, no que tange às condições socioeconômicas mínimas para uma vida digna e para o acesso à saúde. Assim, é importante a ampliação do entendimento de saúde, compreendo-a como a capacidade ativa de produzir vida e resistir às condições que nos ameaçam, para isso, atividades de educação em saúde com foco nesse entendimento podem ser produtivas.
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