UMA REVISÃO TEÓRICA SOBRE OS IMPACTOS AMBIENTAIS NOS BREJOS DE EXPOSIÇÃO E ALTITUDE LOCALIZADOS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31512/vivencias.v22i44.1388

Resumo

No Semiárido brasileiro há ocorrência de áreas de exceção, caracterizadas por maiores índices pluviométricos, formando “ilhas” de umidades denominadas por “brejos”. São subunidades regionais muitas vezes distantes entre si, apresentando grande importância ambiental e produtiva. No entanto, estas vêm sofrendo ações antrópicas que colocam em risco o seu potencial natural e a sua biodiversidade. Diante disso, este estudo objetivou avaliar como a presença humana impacta os brejos, bem como, analisar a sua importância ambiental para o Nordeste brasileiro. Para tal, foi realizada uma Revisão Sistemática da Literatura a partir do resgate de artigos científicos, publicados entre os anos 2006 e 2021 nas bases de dados da Scielo, Scopus e Web of Science. Os estudos passaram por uma triagem visando responder a seguinte pergunta norteadora: os recursos naturais existentes nos brejos de altitude e exposição do Semiárido brasileiro têm sido degradados em decorrência das ações antrópicas? Os dados obtidos remontam que estas áreas têm sido impactadas ambientalmente por ações antrópicas, na maioria das vezes, por introdução de uma agricultura e pecuária baseada no produtivismo. Mesmo os brejos apresentando enorme importância local e regional no panorama ambiental, seus recursos naturais têm sido descaracterizados e/ou destruídos em detrimento de práticas agropecuárias.

Biografia do Autor

Henagio Jose Silva, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil

Doutorando em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial- PPGADT/UFRPE. Mestre em Ensino das Ciências Ambientais (PROFCIAMB) pela UFPE (Campus Recife) ano 2019, especialista em Ensino de Geografia e suas Tecnologia (2013) pela Faculdade de Formação de Professores de Belo Jardim e graduado em Licenciatura em Geografia pela Faculdade de Formação de Professores de Belo Jardim (2011). Atuei como educador técnico no SERTA - Serviço de Tecnologia Alternativa no período de 2005 a 2007, também trabalhei prestando assistência técnica aos produtores orgânicos da AMA-GRAVATÁ no período de 2005 a 2006. Atualmente sou professor do ensino fundamental II da Prefeitura de Brejo da Madre de Deus - PE e Extensionista Rural do Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA. Tem experiência na área de Educação do Campo e Agroecologia.

Luciano Pires de Andrade Pires, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil

Graduado em AGRONOMIA pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (1998), graduação em Comunicação Social pela Universidade Católica de Pernambuco (1992) e GRADUAÇÃO DE PROFESSORES DA PARTE DE FORMAÇÃO ESPECIAL (Licenciatura em Ciências Agrárias) pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (2003). Possui mestrado em Administração Rural e Comunicação Rural pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (2000).Doutor em Etnobiologia e Conservação da Natureza pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. Atualmente é professor associado da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco em Garanhuns, e é um dos coordenadores do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Agroecologia e Agricultura Familiar e Camponesa (NÚCLEO AGROFAMILIAR) e do Centro Vocacional Tecnológico em Produção Orgânica Agrofamiliar. Pesquisa e atua nas áreas de desenvolvimento rural sustentável, economia ecológica, agricultura familiar, agroecologia, extensão rural, políticas públicas e cooperativismo. É professor permanente e vice coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais da UFAPE e do Programa de Pós-graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial da UNIVASF, UFRPE e UNEB - nível doutorado e editor chefe do periódico científico Brazilian Journal of Agroecology and Sustainability.

Horasa Maria Lima da Silva Andrade Andrade, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil

Doutora em Etnobiologia e Conservação da Natureza- PPGEtno pela Universidade Federal Rural de Pernambuco-UFRPE; Mestra em Ciências Florestais (UFRPE); Graduada em Agronomia (UFRPE); Especialista em Administração Escolar e Planejamento Educacional (UFPE). É professora Associada da Universidade Federal Rural de Pernambuco- UFRPE, atuando no curso de Bacharelado em Agroecologia, Campesinato e Educação Popular. Professora Permanente do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais (PPCIAM) da UFRPE/UFAPE, atuando na Linha de Pesquisa "Agroecologia, Meio Ambiente e Sociedade". Professora permanente do Programa de Pós-graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial ( Doutorado)- PPGADT da UFRPE, atuando nas linhas de pesquisa: I- Identidade, Cultura e Territorialidades e III- Transições Socioecológicas e Sistemas Produtivos Biodiversos. Compõe o corpo docente da Residência em Saúde Coletiva e Agroecologia da UPE, em parceria com a UFAPE, FIOCRUZ e IPA. Foi vice-presidente da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (2020-2021).Coordena a Incubadora de Cooperativas Populares-INCUBACOOP-UFRPE e o Programa para o Associativismo, Pesquisa e Extensão-PAPE-UFRPE. Participa do PET Conexões Políticas Públicas da UFRPE. É coordenadora geral do Instituto COOPERA.Participa do Centro Vocacional Tecnológico em Produção Orgânica e Agroecológica, a Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Econômicos Solidários, da Agroecologia e Agricultura Familiar- Incubadora AGROFAMILIAR e é membro do Núcleo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Agroecologia e Agricultura Familiar e Camponesa (AGROFAMILIAR)-UFAPE. É membro da Rede Agreste de Agroecologia de Pernambuco (REAGRO).Atuou em Programas e projetos de Educação do Campo, Cooperativismo e Economia Solidária, Agroecologia e Agricultura Familiar, financiados pelo CNPq e outros agentes financiadores. Atua e tem interesse e experiência nas áreas voltadas ao ensino, pesquisa e extensão em Agroecologia, Agricultura Familiar, Extensão Rural, Políticas Pública, Sistemas Alimentares, Cooperativismo e Economia Solidária, Planejamento e Educação Ambiental e Educação do Campo. Participa de Grupos de Estudo e pesquisa voltados à Agroecologia, Percepção, Educação do Campo, Agricultura familiar e camponesa, Extensão Rural, Políticas Públicas e Desenvolvimento Local e Rural Sustentáveis. Lidera o Grupo de Pesquisa em Agroecologia e Agricultura Familiar Sustentável.

Marcos Antônio Bezerra Figueiredo Figueiredo, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil

Possui graduação em Engenharia de Pesca pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (1983); mestrado em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (1999); mestrado em Agroecologia y Desarrollo Rural Sostenible pela Universidade Internacional de Andalucia - Espanha (2007); doutorado em Agroecologia, Sociología y Desarrollo Sostenible pela Universidade de Córdoba - Espanha (2010); e Pós Doutorado em Agroecología no Programa Recursos Naturales y Gestión Sostenible da Universidad de Córdoba - Espanha (2019-2020). É sócio fundador da Organização Não Governamental Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá (desde 1993). Membro fundador do GT Campesinato e Soberania Alimentar da Associação Brasileira de Agroecologia - ABA (desde 2013); membro fundador do Núcleo de Agroecologia e Campesinato NAC/UFRPE; Professor Associado IV da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Educação. Tem experiência na área de Agroecologia, Sociologia Rural, Extensão Rural, Agricultura Camponesa, Agroflorestal, Circuitos de Comercialização, Movimento Sociais do Campo e Assentamentos Rurais. É Coordenador de Educação Continuada da Pró-Reitora de Extensão, Cultura e Cidadania - PROExC/UFRPE, desde agosto de 2020. Professor do Bacharelado em Agroecologia/UFRPE e do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial/UFRPE/UNIVASF/UNEB.

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Publicado

2025-12-14

Como Citar

Silva, H. J., Pires, . L. P. de A., Andrade, H. M. L. da S. A., & Figueiredo, M. A. B. F. (2025). UMA REVISÃO TEÓRICA SOBRE OS IMPACTOS AMBIENTAIS NOS BREJOS DE EXPOSIÇÃO E ALTITUDE LOCALIZADOS NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO . Vivências, 22(44), 7–20. https://doi.org/10.31512/vivencias.v22i44.1388

Edição

Seção

ARTIGOS DE FLUXO CONTÍNUO